As comunicações espirituais verdadeiras

                                     As comunicações espirituais verdadeiras


Descubra como distinguir as comunicações espirituais verdadeiras das ilusórias segundo o Espiritismo. Entenda o papel dos médiuns e dos Espíritos.

Introdução

As comunicações entre o mundo espiritual e o mundo material não são um fenômeno novo. Desde tempos antigos, a humanidade reconhece que a vida não se limita ao corpo físico, e que há um intercâmbio constante entre encarnados e desencarnados.
O Espiritismo, ao esclarecer as leis que regem essas manifestações, nos ensina que o diálogo com os Espíritos é natural, educativo e parte integrante do progresso espiritual da humanidade.


 A Natureza das Comunicações Espirituais

As comunicações desse gênero nada têm de extraordinário para quem conhece os fenômenos espíritas e compreende a forma pela qual se estabelecem as relações entre os encarnados e os desencarnados.
Essas manifestações se expressam por diferentes meios: inspiração intuitiva, audição interior, visões, aparições e sonhos reveladores.

Há inúmeros exemplos desses fenômenos nas Sagradas Escrituras — desde os profetas do Antigo Testamento até os apóstolos do Cristo. Moisés, Samuel, Isaías, João Batista e Paulo de Tarso foram instrumentos mediúnicos através dos quais a sabedoria divina se manifestou em linguagem humana.

Assim, é rigorosamente exato afirmar que quase todos os grandes reveladores foram médiuns inspirados, audientes ou videntes. A mediunidade é o elo sagrado entre o Céu e a Terra, o canal por onde os mensageiros de Deus conduzem instruções e consolações aos homens.


 Nem Todo Médium é um Revelador

Entretanto, não se deve concluir que todos os médiuns sejam reveladores, nem que toda comunicação provenha de Espíritos superiores.
A faculdade mediúnica é uma ferramenta neutra — um instrumento que reflete o grau moral e o estado vibratório do médium.
Somente os Espíritos verdadeiramente puros recebem a palavra divina com a missão de transmiti-la sem deformações, pois apenas neles reside a pureza necessária para refletir a verdade em toda a sua clareza.

Sabemos, porém, que nem todos os Espíritos são perfeitos. Muitos ainda se encontram presos às ilusões e às paixões humanas, e há os que se apresentam sob falsas aparências.
Por essa razão, São João advertiu:

“Não acrediteis em todos os Espíritos; vede antes se os Espíritos são de Deus.”
(1 João 4:1)

Essa recomendação, profundamente atual, é um convite à vigilância e ao discernimento espiritual.


 O Discernimento nas Comunicações Espirituais

O Espiritismo ensina que é preciso analisar toda mensagem com a luz da razão e da moral.
Kardec afirma que a fé verdadeira é aquela que pode encarar a razão face a face.
Logo, o estudo e o bom senso são as melhores salvaguardas contra o erro.

Os Espíritos superiores se reconhecem pela elevação das ideias, pela serenidade, pela simplicidade e pelo amor que emanam.
Eles não impõem, não ameaçam, não adulam e jamais estimulam o orgulho ou a vaidade. Suas palavras convidam à reforma íntima e à prática do bem.
Em contraste, os Espíritos inferiores revelam-se pelo orgulho, pela ostentação e pela exaltação de si mesmos — características que denunciam suas limitações morais.


 O Controle Universal e o Criterioso Estudo

Allan Kardec recomendava o que chamou de “controle universal do ensino dos Espíritos”: confrontar as mensagens com o Evangelho, com a razão e com a moral cristã.
Se uma comunicação promove discórdia, medo, vaidade ou fanatismo, ela não pode vir de bons Espíritos, por mais belas que pareçam suas palavras.
A verdade espiritual é simples e coerente; jamais se contradiz nem busca aplausos ou veneração.


Os Sinais do Espírito Verdadeiro

O Espírito verdadeiramente elevado manifesta-se:

  • Pelo amor que consola e esclarece;

  • Pela humildade de reconhecer-se instrumento;

  • Pela sabedoria que instrui sem impor;

  • Pela ausência de interesse pessoal ou material.

Seus ensinos são desinteressados, sempre voltados à elevação moral e à fraternidade.
Já os Espíritos enganadores ou mistificadores, mesmo quando se apresentam com aparência de luz, acabam por se contradizer ou revelar intenções menos nobres.
O estudo constante e a prece sincera são as melhores defesas contra esses enganos.


 O Papel do Médiun e da Sintonia Moral

A pureza da comunicação espiritual depende diretamente da sintonia moral do médium e do ambiente em que ocorre a manifestação.
O pensamento elevado e a conduta reta atraem bons Espíritos; o contrário, pela lei de afinidade, aproxima entidades perturbadas ou inferiores.

A mediunidade é uma oportunidade sagrada de servir — jamais um privilégio ou espetáculo.
O verdadeiro médium é consciente de que atua como instrumento temporário de uma obra que não lhe pertence, e que quanto mais humilde for sua postura, mais fiel será o intercâmbio espiritual que realiza.


 Conclusão: A Luz do Discernimento Espiritual

Distinguir as comunicações verdadeiras das ilusórias é um exercício de razão, fé e vigilância moral.
O Espiritismo não se baseia em crença cega, mas no estudo, na observação e na vivência do Evangelho.
Deus permite as comunicações espirituais para nos instruir e consolar, mas deixa a cada um de nós o dever de discernir e aplicar os ensinos com sabedoria.

“Examinai tudo, retende o que é bom.”
— (1 Tessalonicenses 5:21)

“Reconhece-se a árvore pelos frutos.”
— (Mateus 7:16)

Assim, quando a mensagem inspira amor, paz e elevação, é reflexo da luz divina.
Mas quando alimenta orgulho, medo ou confusão, revela as sombras que ainda lutam por se libertar.

A mediunidade, iluminada pela razão e pelo amor, continuará sendo um dos mais belos testemunhos da imortalidade da alma, servindo de ponte entre o Céu e a Terra, entre o Criador e suas criaturas, na eterna busca pela Verdade.


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