Obsessão, Vingança e o Desafio da Regeneração no Espiritismo.
A Escuridão da Alma
Descubra a verdade espírita sobre a escuridão da alma. Entenda a obsessão (simples, fascinação e subjugação), suas causas (vingança e sintonia)
A Escuridão da Alma e o Drama dos Espíritos Imperfeitos: Entendendo a Realidade das Trevas Espirituais
No vasto panorama da vida após a vida, a Doutrina Espírita, codificada por Allan Kardec, oferece uma visão consoladora e, ao mesmo tempo, profundamente instrutiva sobre as condições do Espírito no Universo. Longe de dualismos maniqueístas simplórios, o Espiritismo apresenta a evolução como uma lei universal e a Terra como um mundo de provas e expiações, onde a imperfeição moral é a matriz de grande parte dos sofrimentos, tanto para os encarnados quanto para os desencarnados.
O conceito de “Espíritos na mais completa escuridão”, embora soe dramático, refere-se, na realidade, a uma condição de profundo sofrimento e desorientação, mais do que a uma escuridão física propriamente dita. É a escuridão da consciência que se recusa à Luz da Verdade e do Bem.
O Que São os Espíritos na Escuridão?
A Doutrina Espírita ensina que o Espírito é o princípio inteligente do Universo, criado simples e ignorante, mas destinado à perfeição. A jornada evolutiva, no entanto, é marcada pelo livre-arbítrio, o que permite ao Espírito o desvio temporário dos caminhos do Bem. Os Espíritos que se encontram na "mais completa escuridão" pertencem, na escala espírita, à Terceira Ordem — Espíritos Imperfeitos.
A Natureza da Escuridão Espiritual
A escuridão, neste contexto, não é apenas a ausência de luz física, mas uma metáfora para o estado mental e moral do Espírito:
Obscuridade Mental: O Espírito está mergulhado na ignorância, no erro ou, pior, na recusa consciente em aceitar os ensinamentos da Lei Divina, principalmente o Amor e a Caridade. Ele se encontra em um estado de auto-obsessão e perturbação profunda, onde a visão interior (a consciência) está obscurecida pelas paixões inferiores e pelos erros cometidos.
Sofrimento Voluntário: O Espírito que se compraz no Mal, ou que se entrega ao ódio e à vingança, gera para si um envolvimento fluídico denso e pesado, um perispírito opaco que o isola da irradiação benéfica dos Espíritos Superiores e das regiões mais elevadas. Ele cria seu próprio "inferno mental" e sua "escuridão vibratória".
Conforme ensina O Livro dos Espíritos, a faculdade de ver para os Espíritos é um atributo inerente à sua essência, e a visão independe da luz material. Quando um Espírito diz estar nas trevas, ele expressa a sensação de isolamento, angústia e cegueira moral que o acompanha, consequência direta de seu estado de imperfeição e culpa. Em casos extremos de subjugação à matéria e de crimes graves, o Espírito pode, por expiação e necessidade de reparação, sentir-se completamente envolto em uma escuridão opressiva e solitária, como uma prisão da consciência.
Os "Espíritos Trevosos" e "Obsessores"
É fundamental diferenciar o Espírito sofredor, desorientado e ignorante, daquele que se tornou um Espírito Trevoso ou Obsessor por escolha.
Espírito Sofrido: Geralmente é aquele que, após a morte, se depara com as consequências de uma vida de vícios, apego material excessivo ou erros por ignorância. Sofre pelo remorso e pela surpresa da vida espiritual, mas ainda tem o gérmen do arrependimento.
Espírito Trevoso/Obsessor Consciente: É o ser que, tendo alcançado um certo grau de inteligência e conhecimento, utiliza seu livre-arbítrio para o Mal deliberado. São os antigos verdugos, tiranos, cientistas sem moral e indivíduos de forte magnetismo que, mesmo desencarnados, cultivam o orgulho, o egoísmo e o desejo de dominar e vingar-se. Estes, conforme o alerta de Manoel Philomeno de Miranda, são os que orquestram a Obsessão Organizada, formando verdadeiras falanges dedicadas ao combate do Bem e à manutenção da ignorância entre os encarnados.
O Que os Comanda e Quem os Comanda?
A ideia de um comando ou uma hierarquia rígida nas regiões de sofrimento é, para muitos, um mistério. A Doutrina Espírita e a literatura mediúnica esclarecem que os Espíritos Imperfeitos são comandados por duas forças principais: suas próprias paixões e lideranças espirituais negativas.
1. A Tirania das Paixões
Em essência, o que comanda o Espírito imperfeito é a sua própria imperfeição moral. O Espírito está sujeito à tirania de seus vícios, de seus apegos e de seus sentimentos inferiores não dominados:
O Egoísmo e o Orgulho: O orgulho impede a humildade de pedir ajuda e o egoísmo isola o ser do amor fraterno, mantendo-o na "escuridão" do próprio "eu".
O Ódio e a Vingança: O desejo de retaliação e a fixação na mágoa criam um elo fluídico (a sintonia) com o alvo da vingança e com outros Espíritos afins, tornando-o escravo de seu próprio ódio.
Os Vícios: O apego a vícios como o álcool, as drogas ou a sexualidade desregrada impede o desprendimento do corpo físico e o aprisiona em ambientes astrais densos e de baixa vibração, muitas vezes ligados aos centros de viciação da Terra (Umbral, conforme André Luiz).
O Espírito é, portanto, comandado por si mesmo, por suas escolhas pretéritas e atuais que o mantém sintonizado com as vibrações mais densas. "A cada um segundo as suas obras", é a lei que rege sua condição.
2. As Lideranças Negativas e a Organização das Sombras
Sim, há quem os comanda. As comunicações de Espíritos mais esclarecidos revelam a existência de uma organização das sombras, uma estrutura hierárquica formada pelos Espíritos Trevosos de maior inteligência e poder de domínio.
Os "Gênios das Trevas": São Espíritos que, como Gregório, relatado por André Luiz, foram líderes morais, religiosos ou políticos em suas encarnações e que, após o desencarne, optaram por usar sua inteligência e magnetismo para o Mal organizado. Eles são arrogantes, frios, calculistas e odeiam o Bem, pois o veem como uma ameaça à sua dominação. Eles não são demônios no sentido teológico tradicional, mas sim Espíritos muito evoluídos em inteligência e moralmente atrasados.
A Estrutura de Comando: Tais líderes coordenam vastas falanges de Espíritos obsessores – desde os sofredores desorientados que são manipulados como "soldados", até os obsessores especializados (magos negros, hipnotizadores, exploradores de vícios) que executam tarefas complexas de obsessão, fascinação e subjugação de encarnados e desencarnados.
O Objetivo: O comando destas organizações é duplo: manter o status quo de imperfeição na Terra, atrasando o progresso moral da humanidade, e combater a divulgação e a prática do Evangelho de Jesus, visto como a maior ameaça à sua hegemonia. Eles buscam ridicularizar a Doutrina Espírita, introduzir a discórdia nas casas de oração e induzir os indivíduos ao desespero, ao vício e, em casos extremos, ao suicídio.
O Caminho da Libertação: A Luz que Dissipa a Escuridão
A Doutrina Espírita, sendo a Doutrina da Esperança, não vê essa escuridão como eterna. A condição de um Espírito, por mais deplorável que seja, é transitória, pois a misericórdia divina está em constante ação. O inferno, no Espiritismo, é a condição da alma imperfeita, e não um lugar de pena eterna.
O caminho para a luz é universal, seja para o Espírito sofredor, seja para o obsessor consciente:
A Reforma Íntima: É o trabalho essencial do Espírito, encarnado ou desencarnado, no domínio de suas más inclinações. O afastamento da escuridão só é possível quando o Espírito deseja sinceramente a transformação moral, substituindo o egoísmo pela caridade e o orgulho pela humildade. A "escuridão" se desfaz à medida que o Espírito gera em si a luz da virtude.
O Auxílio dos Espíritos Superiores: Milhões de trabalhadores do Bem, encarnados e desencarnados, atuam incessantemente no socorro a estes irmãos. Nos trabalhos de desobsessão nos Centros Espíritas, Espíritos esclarecidos (como os de Allan Kardec, Bezerra de Menezes, Emmanuel, Joanna de Ângelis, etc.) e as falanges de socorro nos Mundos Espirituais (como a Colônia Nosso Lar) promovem o esclarecimento e o amparo.
A Prece e a Caridade: A prece sincera é um potente recurso de sintonização com as Forças Superiores e de irradiação de fluidos benéficos para o Espírito em sofrimento, aliviando o seu jugo mental. A caridade, praticada por amor ao próximo, é o campo de atração para os Espíritos de Luz e a mais eficaz couraça contra as investidas das trevas.
O Espírito que se arrepende, que se humilha e que se esforça por reparar seus erros, invariavelmente, encontra a ajuda fraterna e o caminho de volta à Luz. A dor do remorso, o sofrimento da expiação, e a assistência dos Bons Espíritos são os instrumentos de Deus para que o ser, na escuridão, redescubra a sua própria luz interior.
Os "Espíritos na mais completa escuridão" não são criaturas destinadas ao suplício eterno, mas sim nossos irmãos em estágios de profunda imperfeição e sofrimento que se distanciaram, por seu próprio arbítrio, da Lei de Amor. Eles são comandados pelas próprias paixões e, em muitos casos, por líderes espirituais que optaram por usar sua inteligência para o Mal organizado.
A Doutrina Espírita nos convoca à vigilância e à caridade. Vigiar para que nossas imperfeições não nos tornem presas fáceis para esses obsessores, e praticar a caridade, inclusive a do pensamento, para que possamos auxiliar na libertação desses irmãos de seus cárceres de trevas e dor. A luz que dissipará a escuridão do mundo, e a escuridão da alma, é a mesma: o Amor incondicional, legado por Jesus Cristo.
Os Três Graus da Obsessão Espírita
A obsessão é a ação persistente que um Espírito mau exerce sobre um indivíduo, seja ele encarnado ou desencarnado. Ela surge pela sintonia (afinidade moral e vibratória) entre o Espírito obsessor (o que age) e o Espírito obsidiado (o que sofre a ação). Quanto maior a imperfeição moral do obsidiado, maior será a sua vulnerabilidade.
1. Obsessão Simples (A Perturbação Inicial)
A obsessão simples é o grau mais leve, mas ainda assim o mais comum e perturbador.
O que é: Caracteriza-se pela interferência constante, porém discreta, do Espírito obsessor na vida da vítima. O obsessor se imiscui nos pensamentos, causando irritação, tristeza inexplicável, ansiedade, pressentimentos ruins ou desânimo sem causa aparente.
Sintomas e Manifestações:
Comunicação Mediúnica: Se a vítima é médium, o obsessor manifesta-se através de comunicações que são invariavelmente vazias, incoerentes, repetitivas e grosseiras, ou que buscam moralizar de forma pretensiosa (falsa sabedoria).
No Cotidiano: Mau humor persistente, aversão a certos ambientes ou pessoas (especialmente espiritualmente elevadas), dificuldades repentinas em tarefas simples ou a repetição de pensamentos negativos.
Vulnerabilidade: O obsidiado mantém plena consciência de que algo está errado. Ele sente a perturbação, mas ainda consegue reagir e distinguir sua vontade da influência externa.
2. Fascinação (O Engano da Mente)
A fascinação é um grau muito mais perigoso, pois ataca a faculdade de discernimento da vítima.
O que é: O obsessor é frequentemente um Espírito inteligente, hipócrita e astuto, que busca seduzir o obsidiado pelo seu orgulho. Em vez de maltratar, ele elogia, lisonjeia e envolve a vítima em uma aura de falsa superioridade. O objetivo é cegar o obsidiado para seus próprios defeitos e para a qualidade da comunicação ou da influência que está recebendo.
Sintomas e Manifestações:
Auto-ilusão: O obsidiado perde o senso crítico e julga-se superior aos demais, vendo apenas a perfeição em si mesmo e em suas ações.
Cegueira Moral: A vítima acha que as comunicações do seu Espírito familiar são as mais elevadas e sublimes, mesmo que sejam ilógicas, contraditórias ou cheias de pretensão. Ele se recusa a aceitar conselhos ou críticas, pois está encantado pela ilusão criada pelo obsessor.
Ataque ao Bem: O obsessor, através do fascínio, consegue paralisar o progresso moral da vítima, mantendo-a em erros graves sem que ela perceba, e frequentemente a leva a cometer atos ridículos ou prejudiciais, convencida de que está agindo corretamente.
Vulnerabilidade: A vítima está completamente cega para a realidade da influência. É o tipo de obsessão que mais dificulta o auxílio, pois o obsidiado não sente que precisa de ajuda.
3. Subjugação (O Domínio Total)
A subjugação é o grau máximo e mais severo da obsessão, resultando na paralisação da vontade da vítima.
O que é: O Espírito obsessor toma o controle quase total da vítima, obrigando-a a agir contra sua própria vontade. A palavra "subjugação" significa "estar sob o jugo" ou "sob o domínio".
Sintomas e Manifestações:
Subjugação Moral (Vontade): O obsidiado é forçado a tomar decisões absurdas, a fazer gastos excessivos, a se envolver em vícios ou a realizar atos contrários à sua moralidade e bom senso, sentindo-se impelido por uma força irresistível.
Subjugação Corporal (Física): O Espírito age sobre os órgãos físicos e centros nervosos, podendo causar movimentos involuntários, falas incoerentes (subjugação vocal), ou paralisia temporária. Nos casos mais extremos, pode se manifestar em crises convulsivas ou nos fenômenos da mediunidade de efeitos físicos (como o Espírito forçar o médium a escrever ou gesticular de forma descontrolada).
Vulnerabilidade: A vítima sofre intensamente, sente-se escravizada e percebe claramente a força que a domina, mas sua vontade está tão enfraquecida que ela não consegue resistir por meios próprios. O obsessor age como um verdadeiro tirano.
A Defesa Contra a Obsessão
Em todos os casos, o remédio para a obsessão é a reforma íntima e o esforço moral. A atração do obsessor é sempre pela imperfeição que reside no obsidiado.
| Grau de Obsessão | Foco Principal do Ataque | Principal Sintoma | Foco da Cura (Esforço do Obsidiado) |
| Simples | Pensamento e Irritação | Invasão de ideias ruins, Desânimo | Vigilância e Oração |
| Fascinação | Discernimento e Orgulho | Auto-ilusão, Cegueira Moral, Arrogância | Humildade e Estudo da Doutrina |
| Subjugação | Vontade e Ação | Perda do controle, Atos involuntários e absurdos | Oração, Passe e Fortalecimento da Vontade |
Lembre-se que o auxílio desobsessivo nos centros espíritas, através do Passe, da Água Fluidificada e, principalmente, do Esclarecimento Fraterno, é fundamental para auxiliar o obsidiado a reerguer sua vontade e retomar o caminho do progresso moral.
As Causas Profundas da Obsessão
As causas da obsessão podem ser categorizadas em dois grupos principais: as ligadas ao passado (expiação ou vingança) e as ligadas ao presente (afinidade e sintonia moral).
1. Causas Ligadas ao Passado: O Resgate de Débitos
Essa é a causa mais comum e, muitas vezes, mais difícil de ser identificada. A obsessão, neste caso, faz parte do processo de expiação ou resgate de débitos.
Vingança de Vidas Passadas (A Lei do Talião Espiritual):
O obsessor é um Espírito que foi vítima do obsidiado em encarnações anteriores. O obsidiado pode ter sido um verdugo, um traidor, um explorador ou alguém que causou grande sofrimento ao obsessor (a vítima do passado).
Desencarnado, o Espírito vítima, ainda imerso no ódio e na ignorância, vê na obsessão a oportunidade de vingar-se e fazer o seu antigo algoz sofrer. Ele utiliza seu poder fluídico e inteligência para perturbar e desequilibrar.
Exemplo: Alguém que foi traído e levado à miséria em uma vida anterior pode, como obsessor, induzir seu antigo traço a crises financeiras, vícios ou desentendimentos familiares na vida atual.
Necessidade de Expiação da Vítima:
Para o obsidiado, aceitar essa prova com resignação e caridade pode ser a expiação necessária pelos erros cometidos. Ao invés de odiar o obsessor, ele precisa perdoar, orar e amar, desfazendo assim o laço negativo que os une.
Este tipo de obsessão só termina quando o débito moral é liquidado pelo perdão sincero do obsidiado ou pela compreensão e arrependimento do obsessor, com o auxílio dos Espíritos Superiores.
2. Causas Ligadas ao Presente: A Sintonia e o Descontrole Moral
Muitos casos de obsessão são atraídos pela conduta moral e mental da pessoa na vida atual, mesmo que não haja laços de vingança pregressa.
A Sintonia Vibratória (Afinidade Moral):
O princípio fundamental é: "Semelhante atrai semelhante".
Quando um indivíduo cultiva persistentemente pensamentos e sentimentos inferiores (ódio, maledicência, inveja, egoísmo, sensualidade desregrada, vício), ele entra em sintonia vibratória com os Espíritos imperfeitos que vivem nesses mesmos padrões.
O obsessor é atraído não pelo ódio, mas pela identidade de paixões. Ele percebe no obsidiado um campo fértil para suas ações.
O Descontrole e o Cultivo dos Vícios:
Os vícios (álcool, drogas, sexo desregrado, jogos) criam pontes fluídicas diretas para o mundo astral inferior.
Os Espíritos que exploram esses vícios (os chamados "vampirizadores" ou "viciados" desencarnados) aproximam-se do encarnado viciado para se "alimentarem" das emanações fluídicas densas que a prática do vício gera. Eles passam a induzir o encarnado ao vício para garantir seu sustento.
O Orgulho e a Vaidade (A Porta da Fascinação):
O orgulho é a porta aberta para a fascinação. O Espírito que se julga superior, que não aceita ser contrariado e que se envaidece facilmente, oferece ao obsessor inteligente o campo perfeito para a sua ação. O obsessor simplesmente elogia e confirma a falsa superioridade da vítima, cegando-a completamente (Fascinação).
Os Meios de Combate e a Prevenção
O único meio verdadeiramente eficaz contra todas as formas de obsessão é a melhoria moral do indivíduo, que eleva sua vibração e rompe a sintonia com as trevas.
| Meio de Combate | Ação Espiritual | Benefício |
| Reforma Íntima | Extinguir o ódio, o egoísmo e o orgulho. | Rompe a sintonia e desfaz os laços de afinidade. |
| Prece Sincera | Conexão com os Espíritos Superiores e com Deus. | Fortalece a vontade, clareia a mente e irradia fluidos de Luz. |
| Caridade Ativa | Servir ao próximo de forma desinteressada. | Gera fluidos de amor que repelem as vibrações inferiores. |
| Estudo da Doutrina | Conhecer as Leis Divinas e o mecanismo da obsessão. | Proporciona o discernimento necessário para não ser fascinado. |
| Passe e Água Fluidificada | Auxílio magnético e mediúnico do Centro Espírita. | Reequilibra o corpo fluídico e fortalece as energias vitais. |
Em resumo, a obsessão é um desafio educativo. Seja por resgate ou por afinidade, ela é uma oportunidade para o Espírito obsidiado exercitar o perdão, a humildade e a caridade, as únicas virtudes capazes de dissolver as amarras das trevas e trazer a paz de volta.
O Exército da Luz: O Papel dos Trabalhadores na Desobsessão Espírita
A Reunião de Desobsessão não é um mero grupo de caridade, mas sim um trabalho científico-moral de alta complexidade, conforme definido por Kardec em O Livro dos Médiuns. Trata-se de uma sessão de intercâmbio sério, realizada em nome de Jesus, onde Espíritos superiores e trabalhadores encarnados unem esforços para auxiliar, simultaneamente, o obsidiado (o encarnado) e o obsessor (o desencarnado).
Os principais colaboradores encarnados são o Doutrinador, os Médiuns e os Médiuns de Apoio (ou Passistas/Fluidificadores).
1. O Doutrinador (Esclarecedor ou Doutrinador Dirigente)
O Doutrinador é a peça-chave e o condutor moral da reunião. Ele não é necessariamente o líder formal do grupo, mas é a voz que representa o Evangelho e a lógica do Espírito.
Função Principal: Esclarecer, orientar e doutrinar o Espírito obsessor ou sofredor que se comunica através do médium.
O Papel de Esclarecedor: O Doutrinador deve agir como um irmão mais velho e um psicólogo da alma. Sua fala deve ser sempre:
Racional e Lógica: Explicando ao Espírito as Leis Divinas (Causa e Efeito, Reencarnação, Livre-Arbítrio), provando-lhe que sua vingança é inútil e que o ódio prejudica a ele próprio.
Fraterna e Caridosa: Utilizando a ternura, a paciência e a autoridade moral, nunca o julgamento, a crítica ou a ordem. O objetivo é despertar no obsessor o remorso, o arrependimento e o desejo de progredir.
Firme e Clara: Não se deixando intimidar ou seduzir pelas falas do Espírito (que muitas vezes tenta enganar, fascina ou ameaça).
Preparação Essencial: O Doutrinador precisa ter profundo conhecimento da Doutrina Espírita e do Evangelho, e um forte equilíbrio emocional e moral para não se deixar envolver pelas energias e dramas dos Espíritos comunicantes.
2. O Médium (A Ponte de Comunicação)
O médium na reunião de desobsessão é o instrumento vivo através do qual o Espírito obsessor ou sofredor se manifesta e estabelece o diálogo com o Doutrinador.
Função Principal: Servir de intermediário seguro e fiel para a comunicação dos Espíritos necessitados de auxílio.
Tipos Comuns: Geralmente, utiliza-se a mediunidade de psicofonia (fala), onde o Espírito se comunica pela voz do médium, ou a psicografia (escrita).
O Desafio da Passividade: O médium precisa desenvolver a disciplina mediúnica, que é a capacidade de se manter em estado de passividade, oferecendo seu aparelho psicofísico sem interferir com seus próprios pensamentos ou emoções (o que é chamado de animismo excessivo).
Proteção e Higiene Mental: O médium na desobsessão está exposto a fluidos densos e pesados. Por isso, a sua moralidade, a oração constante e a vigilância são a sua principal blindagem. Ele deve evitar vícios, fofocas e sentimentos inferiores no dia a dia, para não se tornar um polo de atração para as entidades negativas que atende.
3. Os Médiuns de Apoio (Passistas, Fluidificadores e Sustentadores)
Embora muitas vezes atuem de forma silenciosa e discreta, esses trabalhadores são vitais para o sucesso e a segurança da reunião.
Função Principal: Fornecer suporte energético, equilibrar o ambiente e auxiliar os Espíritos socorristas (Mentores).
A) Os Passistas e Fluidificadores:
Auxílio Energético: São médiuns que aplicam o passe magnético e espiritual no ambiente e nos participantes (encarnados e desencarnados), auxiliando na dispersão dos fluidos pesados e na recomposição das energias do médium e do próprio obsidiado (que geralmente está presente em corpo astral).
Água Fluidificada: São responsáveis pela fluidificação da água, um poderoso recurso que carrega fluidos espirituais de cura e equilíbrio para ser consumida pelos necessitados.
B) Os Sustentadores e Sustentadores Mentais:
Irradiação e Prece: São médiuns ou trabalhadores que, em silêncio, mantêm-se em profunda concentração e prece, irradiando pensamentos de amor, paz e confiança. Eles criam uma barreira fluídica protetora e um campo vibratório elevado, que facilita a ação dos Espíritos Superiores e impede a intromissão de outros Espíritos perturbadores.
A Estrutura Invisível: Os Mentores Espirituais
É fundamental lembrar que o trabalho só é possível pela ação da equipe espiritual (Mentores ou Guias), que trabalha nos bastidores.
Direção Espiritual: Os Mentores são os verdadeiros dirigentes da reunião. Eles atraem os Espíritos a serem doutrinados, desprendem o Espírito do obsidiado do seu corpo físico para que receba auxílio e manipulam os fluidos para a segurança de todos.
Missão de Amor: Os trabalhadores encarnados são apenas auxiliares dos Mentores, que veem nesses Espíritos sofredores e obsessores irmãos a serem resgatados, nunca inimigos a serem combatidos.
A desobsessão é, portanto, a mais sublime expressão da Caridade em Ação, exigindo de todos os envolvidos, em primeiro lugar, a humildade e o amor a Deus e ao próximo.
A Desobsessão como Pilar da Regeneração Planetária
Chegamos ao ponto crucial de nossa reflexão: entender que o drama dos "Espíritos na mais completa escuridão" não é um evento isolado, mas uma parte intrínseca do processo evolutivo da Terra. Nossa planeta ainda é um Mundo de Provas e Expiações, onde a dor e o sofrimento resultam majoritariamente da nossa imperfeição moral.
A obsessão, em seus variados graus (simples, fascinação, subjugação), é a manifestação direta e visível do atraso moral da humanidade, sendo o reflexo da nossa incapacidade de amar e perdoar, tanto no passado quanto no presente.
O Desafio da Transição Planetária
A Doutrina Espírita nos ensina que a Terra está em um momento decisivo de sua história evolutiva, movendo-se de um Mundo de Provas para um Mundo de Regeneração. Nesta nova fase, os flagelos morais, como a obsessão massiva e o domínio dos Espíritos Trevosos, deverão ser minimizados, dando lugar à fraternidade e ao predomínio do Bem.
Neste cenário de transição, o trabalho de desobsessão adquire uma importância capital, agindo em duas frentes vitais:
Para o Encarnado (o Obsidiado): O trabalho restaura o seu livre-arbítrio, tirando-o da cegueira da fascinação ou da escravidão da subjugação. Ao ser esclarecido, o obsidiado é incentivado à reforma íntima, elevando seu padrão vibratório e deixando de ser um polo de atração para as entidades inferiores. Ele se torna um elemento mais equilibrado e produtivo na sociedade terrestre.
Para o Desencarnado (o Obsessor): O mais nobre propósito da desobsessão é o resgate e a reabilitação do Espírito que se compraz no Mal. A intervenção caridosa do Doutrinador e dos Mentores não é para punir, mas para despertar a consciência adormecida, mostrando-lhe que o caminho do ódio apenas o aprisiona em sua própria escuridão. Ao se arrepender e aceitar o auxílio, este Espírito deixa de ser um agente do Mal e inicia a sua jornada de reparação e progresso.
A Missão dos Trabalhadores da Luz
Os trabalhadores encarnados na desobsessão – Doutrinadores, Médiuns e Sustentadores – são, de fato, o Exército da Caridade. Eles se dedicam a uma tarefa ingrata, mas sublime: ir ao encontro das almas mais enfermas e revoltadas para lhes estender a mão.
O sucesso desse trabalho não se mede pela cura instantânea, mas pela paciência inquebrantável e pelo amor incondicional com que se dirigem ao obsessor. Cada Espírito trevoso resgatado é uma célula de ódio a menos no plano astral da Terra; cada obsidiado liberto é um ponto de luz a mais na comunidade.
A Conclusão Final
A escuridão, no Espiritismo, é a ausência de amor no coração. O que a comanda são nossas paixões inferiores. A Doutrina, no entanto, oferece o mapa e a ferramenta: o Evangelho de Jesus e a Prática da Caridade.
Para o Espírito que se encontra nas trevas e para nós, que somos o alvo potencial da obsessão, a mensagem é clara: o esforço individual pela moralidade é a defesa mais poderosa. Ao substituirmos o egoísmo pela caridade e o orgulho pela humildade, elevamos nossa sintonia e criamos um escudo fluídico intransponível contra as forças inferiores.
O trabalho de desobsessão é o testemunho de que a Misericórdia Divina é infinita. Ninguém está perdido para sempre. A luz do progresso espera por todos, e a cada dia, mais e mais trabalhadores se levantam para guiar os nossos irmãos que, temporariamente, ainda vagueiam na escuridão da alma.
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