A Perseguição dos Maus Pensamentos na Visão Espírita.
Introdução
O Espiritismo, codificado por Allan Kardec, oferece uma visão clara e consoladora sobre a natureza do pensamento e sua influência em nossa vida, incluindo a origem dos chamados "maus pensamentos" e os mecanismos da perseguição espiritual, ou obsessão. Longe de ser um castigo, essa perseguição é vista como uma consequência da Lei de Sintonia.
1. A Natureza do Pensamento e a Lei de Sintonia
Na Doutrina Espírita, o pensamento é visto como um atributo essencial do Espírito, e não apenas um produto do cérebro. É uma força criadora, um fluido que emitimos constantemente e que se propaga no Universo.
O Pensamento como Ímã
Vibração e Atração: Nossos pensamentos geram uma vibração fluídica. De acordo com a Lei de Sintonia (ou Lei das Correspondências), atraímos para perto de nós Espíritos que vibram na mesma faixa mental que estamos emitindo.
Maus Pensamentos = Baixa Sintonia: Quando cultivamos pensamentos de ódio, inveja, rancor, maledicência, crítica destrutiva, pessimismo ou vingança, nossa vibração se torna densa e baixa. Essa vibração funciona como um ímã, atraindo Espíritos desencarnados que estão presos a esses mesmos sentimentos e imperfeições.
"Os Espíritos maus só estão aonde podem satisfazer a sua perversidade. Para afastá-los, não basta pedir, nem mesmo ordenar que se retirem: é necessário eliminar em nós aquilo que os atrai."
– O Evangelho Segundo o Espiritismo
2. As Causas da Perseguição Espiritual (Obsessão)
A perseguição por maus pensamentos, que pode levar a um quadro obsessivo, não é aleatória. Ela se estabelece por uma ou mais das seguintes razões:
A. Dívidas e Ações do Passado
Muitas vezes, a perseguição é resultado de dívidas morais contraídas em vidas passadas (ou até mesmo na vida atual). O Espírito obsessor é, frequentemente, uma antiga vítima que nutre rancor e busca vingança ou reparação.
O Mecanismo: O pensamento de ódio do obsessor encontra guarida na sintonia de imperfeição que o obsediado (a vítima) ainda mantém. O obsessor aproveita os momentos de fraqueza moral ou de baixa vibração (por exemplo, quando o obsediado também se irrita, julga ou deseja o mal) para se ligar à sua mente.
B. Imperfeição Moral Própria
A fonte principal dos maus pensamentos pode ser o próprio indivíduo. A Doutrina ensina que, mesmo que um pensamento ruim seja sugerido por um Espírito (influência externa), somos nós quem damos o consentimento e a força para que ele permaneça.
A Porta Aberta: As nossas imperfeições (orgulho, egoísmo, vaidade, ciúme) são consideradas portas abertas que facilitam a entrada e a permanência de Espíritos infelizes. Eles identificam as "chagas da alma" e se instalam onde podem satisfazer seus vícios e perversidades.
C. Influência Sugestiva dos Espíritos Imperfeitos
O pensamento sugerido é um mecanismo central. Muitos dos pensamentos que consideramos nossos são, na verdade, sugestões de Espíritos desencarnados.
A Confusão: Espíritos imperfeitos (os obsessores) se ligam ao nosso perispírito e mentalizam ideias destrutivas, viciosas ou negativas. Por ainda sermos fracos e pouco donos de nossas próprias ideias, muitas vezes não conseguimos discernir se o pensamento é nosso ou se é uma sugestão externa, assumindo-o como próprio.
O Efeito: Essa influência, sutil ou ostensiva, nutre em nós a negatividade (irritação, medo, desânimo, vícios), levando a uma espiral descendente de sofrimento, que é o objetivo da perseguição (obsessão).
3. Como Neutralizar a Perseguição e os Maus Pensamentos
A solução, segundo o Espiritismo, não está em rituais complexos, mas na reforma íntima e na mudança de sintonia.
| Ação Recomendada | Efeito na Sintonia |
| Vigilância e Oração | Eleva a vibração e fortalece a vontade de se ligar aos Bons Espíritos (Anjos Guardiães). |
| Prática do Bem e Caridade | Rompe o laço fluídico com o obsessor, pois o Mal não tem sintonia com o Bem. O Amor é a força de defesa máxima. |
| Perdão | Desliga o obsediado do ciclo de vingança, neutralizando a energia de ódio do perseguidor e pondo fim ao processo corretivo. |
| Cultivo de Bons Sentimentos | Afasta o ciúme, a malevolência e o ódio, que são as "portas" para a influência dos maus Espíritos. |
| Estudo da Doutrina | Fortalece o discernimento, ajudando a identificar se um pensamento é próprio ou sugerido, e fornece ferramentas morais para combatê-lo. |
Em resumo, a perseguição por maus pensamentos, na visão espírita, é o resultado da sintonia magnética que estabelecemos com Espíritos infelizes, seja por débitos do passado ou pelas imperfeições que cultivamos no presente. A cura reside no trabalho no bem e na transformação moral, elevando a nossa vibração e, assim, nos ligando às Forças do Bem.
Os Três Graus da Obsessão
1. Obsessão Simples (A Influência Discreta)
A obsessão simples é o grau mais comum e brando da influência. Caracteriza-se pela persistência de um Espírito (obsessor) em se impor e perturbar o indivíduo (obsediado).
Manifestação: O Espírito se manifesta por meio de sugestões mentais insistentes, buscando desviar a pessoa de seus bons propósitos ou induzindo-a a cometer erros e vícios. A pessoa percebe a luta interior, sentindo que há algo de estranho ou que as ideias ruins não são totalmente suas.
Consciência: O obsediado mantém a lucidez e o senso crítico. Ele consegue reconhecer a influência e lutar contra ela.
Solução: É o grau mais fácil de ser combatido. A vontade firme do indivíduo, a oração e a mudança de conduta moral (o afastamento da sintonia que atraiu o obsessor) são geralmente suficientes para romper o elo.
2. Fascinação (A Perda da Razão)
A fascinação é um grau mais grave. O Espírito obsessor é geralmente ardiloso e hipócrita, e seu objetivo é criar uma ilusão no pensamento do obsediado.
Manifestação: O obsessor lisonjeia o orgulho e a vaidade da vítima, inspirando-lhe uma confiança cega em suas próprias ideias ou em suas comunicações (no caso dos médiuns). A pessoa passa a se considerar infalível, com uma missão especial ou possuidora de uma verdade única.
Consciência: É a variedade mais perigosa porque o obsediado perde o senso crítico e o discernimento. Ele se ilude e não reconhece que está sendo enganado, tomando as ideias mais absurdas como sensatas ou sublimes. Críticas ou avisos de terceiros são recebidos com irritação e desdém.
Consequências: Como o fascínio atinge a razão e a capacidade de julgar, ele pode levar a ações ridículas, comprometedoras ou a desvios morais graves, com o obsediado ainda se achando correto.
3. Subjugação (A Paralisação da Vontade)
A subjugação é o grau mais severo, caracterizado pela paralisação total da vontade da pessoa. O obsediado se sente sob um jugo ou uma constrição que o força a agir contra sua própria vontade.
Subjugação Moral: O Espírito age sobre a mente, forçando a pessoa a tomar decisões absurdas e prejudiciais (profissionais, familiares, financeiras), mas que ela, por ilusão, acredita que deve seguir. É um constrangimento psíquico intenso.
Subjugação Corporal: O Espírito atua sobre os órgãos materiais do obsediado, provocando movimentos involuntários, falas inoportunas, gestos bizarros, ou até mesmo levando a atos públicos ridículos ou vexatórios, como se a pessoa estivesse sob uma força irresistível.
Consciência: Embora a vontade esteja paralisada, o obsediado, na maioria dos casos, tem consciência do ridículo ou da absurdidade de seus atos e sofre horrivelmente por não conseguir controlá-los.
A chave para o combate, em todos os casos, é o fortalecimento moral e a reforma íntima, pois a fraqueza moral (orgulho, vaidade, egoísmo) é o terreno fértil para o obsessor.
Se quiser, posso detalhar ainda mais sobre o aspecto da Subjugação Corporal, que é o mais dramático, ou sobre como se defender da Fascinação, que é o mais traiçoeiro.
Você também pode encontrar mais informações sobre esses graus de obsessão neste vídeo:
Este vídeo discute, com base na obra de Kardec, a diferença entre os tipos de obsessão, especialmente a subjugação.
Métodos de Defesa e Cura Espiritual
A Cura pela Transformação Moral
A premissa central da cura espiritual é que não existem soluções externas, mágicas ou rituais que anulem a Lei de Sintonia. A verdadeira defesa é a reforma íntima, pois a perseguição (obsessão) é um processo que só se sustenta pela imperfeição moral que a atrai e lhe dá guarida.
1. O Fortalecimento Mental e Moral
Este é o pilar de toda a defesa. Consiste em elevar a vibração para sintonizar com os Bons Espíritos e com o Plano Superior, neutralizando a influência inferior.
* A Oração Sincera e a Prece
A prece é o ato mais poderoso de comunicação com Deus e com o mundo espiritual elevado.
Efeito: Não se trata de uma fórmula, mas de uma elevação da alma. A oração verdadeira atrai os Espíritos Protetores e afasta os obsessores, pois a vibração de amor, fé e humildade é incompatível com a vibração de ódio e perturbação.
Prática: Orar ao acordar, ao deitar e, principalmente, nos momentos de angústia ou tentação, pedindo força e discernimento.
* A Vigilância sobre os Pensamentos (Auto-Observação)
O Espírito Protetor não pode intervir se dermos anuência ao obsessor.
Efeito: Aprender a discernir: "Este pensamento que me veio (de raiva, ciúmes, vingança) é realmente meu? Ou é uma sugestão?" Ao identificar o mau pensamento como externo, a pessoa pode rejeitá-lo energicamente com sua vontade.
Prática: Evitar a ociosidade mental e as companhias (físicas ou espirituais) que induzem ao erro.
* A Prática do Evangelho no Lar
A reunião semanal, em família, para o estudo do Evangelho e a prece.
Efeito: Cria um foco de luz e paz no ambiente doméstico, elevando a vibração do lar e formando uma "barreira" fluídica contra a entrada de influências negativas.
2. A Terapia do Amor (Caridade)
A caridade, em seus diversos aspectos, é o antídoto mais eficaz contra o ódio e o egoísmo – sentimentos que sustentam a obsessão.
* O Perdão Sincero
Se a obsessão tem origem em débitos pretéritos, o perdão é o que rompe o ciclo de causa e efeito.
Efeito: Perdoar o obsessor (que pode ser um inimigo do passado) e pedir perdão por falhas cometidas desarma o ódio. O obsessor, ao perceber que sua vítima não corresponde mais à sua maldade e, pelo contrário, emana amor, perde o ponto de contato e se afasta.
* A Ajuda ao Próximo
O foco no serviço ao próximo desvia a mente do sofrimento pessoal e da egolatria.
Efeito: O trabalho no bem (auxílio material, moral ou doutrinário) transforma o ambiente fluídico do obsediado. Ao se sentir útil e amar o próximo, ele se conecta aos Espíritos Benfeitores, que passam a ajudá-lo na sustentação de sua defesa.
3. O Auxílio da Casa Espírita (Desobsessão)
Quando a obsessão é grave (como a Fascinação ou Subjugação), o auxílio especializado do Centro Espírita se faz necessário.
* O Tratamento Espiritual
Consiste em sessões de tratamento energético e moral.
Passes Magnéticos e Espirituais: Aplicações de energia fluídica de recomposição e reequilíbrio para fortalecer o perispírito e o corpo físico do obsediado, minando a força do obsessor.
Água Fluidificada: Uso de água que recebeu fluidos de cura dos Espíritos para auxiliar o organismo.
* A Reunião de Desobsessão
Um trabalho especializado, conduzido por médiuns, com o objetivo de doutrinar e esclarecer o Espírito obsessor, e não apenas afastá-lo.
Objetivo: Mostrar ao obsessor (com caridade e firmeza) o erro de sua vingança e o convidar ao perdão e ao progresso. O sucesso da desobsessão depende, contudo, primariamente da melhora moral do obsediado.
Conclusão: A defesa espiritual não é uma armadura passiva, mas um estado de espírito ativo. O obsediado só se cura definitivamente quando substitui o vício pela virtude, o ódio pelo amor, e o egoísmo pela caridade.
O Perdão: A Chave que Desarma o Obsessor
Introdução
O Espiritismo ensina que a maioria das obsessões graves (e muitas das simples) tem sua raiz em débitos do passado, onde o obsessor é uma antiga vítima que nutre um profundo sentimento de vingança ou rancor. O perdão, neste contexto, é o mecanismo que rompe o laço de sintonia que mantém o conflito e a perseguição.
1. O Laço da Sintonia e a Vingança
A perseguição espiritual só é sustentável enquanto houver um elo de conexão vibratória entre as partes.
A. O Combustível do Ódio
O Espírito obsessor, cego pelo ódio e pelo desejo de vingança, busca revidar o mal que julga ter sofrido. Ele se alimenta da resposta negativa da vítima.
Se a vítima sente raiva: A raiva da vítima sintoniza com o ódio do obsessor, reforçando a ligação e dando-lhe mais poder para influenciar.
Se a vítima sente medo: O medo é uma baixa vibração que enfraquece a defesa psíquica, facilitando a ação do obsessor.
O obsessor quer ver a vítima sofrer, cair, errar, e, enquanto a vítima mantiver sentimentos que vibram na mesma faixa da maldade (por exemplo, ressentimento, autocompaixão excessiva, desejo de retribuir o mal), a perseguição continua.
B. A Quebra da Expectativa
O perdão desarma o obsessor porque ele não espera por essa reação. Ele espera ódio, medo ou resistência violenta.
2. O Mecanismo de Desligamento pelo Perdão
O perdão, na perspectiva espírita, é um ato de vontade e amor que opera em dois níveis:
I. A Mudança de Sintonia da Vítima
Quando o obsediado (a vítima) se volta para o Evangelho e para a caridade, ele entende que precisa perdoar seu inimigo (o obsessor).
O Efeito Vibratório: O ato de perdoar é um poderoso emissor de fluido de amor, paz e resignação. Esse fluido é diametralmente oposto ao ódio. A vítima, ao perdoar, eleva drasticamente sua vibração e sai da faixa de sintonia do obsessor.
A Falta de Contato: É como se a vítima mudasse de estação de rádio. O obsessor continua emitindo o sinal de ódio, mas a vítima não o está mais recebendo, pois seu próprio coração emite uma frequência mais alta.
II. O Choque Moral no Obsessor
O perdão tem um impacto profundo no Espírito perseguidor.
Desorientação: O obsessor fica confuso. O combustível de sua vingança (o ódio recíproco ou o desespero da vítima) seca. Ele não tem mais onde se ligar, pois a vítima lhe oferece o bem em vez do mal.
Reflexão: Em muitos casos, o ato de perdão desarma o obsessor não apenas vibratoriamente, mas também moralmente. Ele é confrontado com a beleza do Evangelho e com a sua própria inferioridade. Muitos obsessores são tocados pelo amor e pela humildade da vítima e iniciam um caminho de arrependimento e recuperação.
Importante: O perdão deve ser sincero. Perdoar com a boca, mas manter o rancor no coração, não tem efeito vibratório. É um trabalho interno de desapego e aceitação da provação como forma de resgate.
3. Duas Faces do Perdão na Cura
| Tipo de Perdão | Ação na Obsessão | Resultado no Laço |
| Perdoar o Obsessor | Neutraliza o débito do passado e encerra o ciclo de vingança. | Rompe a sintonia de ódio. |
| Perdoar a Si Mesmo | Supera o sentimento de culpa e inferioridade, que serve de porta para a atuação do obsessor. | Fortalece a defesa moral da vítima. |
Em suma, o perdão não é apenas um ato de bondade, mas uma estratégia de defesa espiritual que desarma o obsessor ao negar-lhe o combustível vibratório (o ódio) e ao forçá-lo a confrontar o amor.
Orgulho e Fascinação: A Sutil Armadilha Espiritual
Introdução
Allan Kardec considerava a Fascinação o tipo de obsessão mais perigoso, justamente porque ela ataca a razão e o senso crítico do indivíduo. E a chave que abre a porta para o Espírito fascinador é o Orgulho, a mais enraizada das imperfeições humanas.
1. O Orgulho como Raiz de Todos os Males
Na visão espírita, o orgulho é a principal fonte de nossos desequilíbrios morais, sendo o oposto da humildade. Ele se manifesta como uma supervalorização do próprio mérito, inteligência, poder ou santidade.
As Faces do Orgulho que Atraem a Fascinação
Vaidade: O desejo de ser reconhecido, admirado e louvado pelos outros.
Presunção: A crença infundada de que se sabe mais ou é superior aos demais.
Egoísmo: A centralização em si mesmo, desconsiderando as necessidades e opiniões alheias.
Quando o Espírito obsessor, que geralmente é um Espírito ardiloso, inteligente e hipócrita, percebe essa brecha no indivíduo, ele a explora com maestria.
2. O Mecanismo da Fascinação
A fascinação é a técnica do obsessor que consiste em cegar o julgamento da vítima, fazendo com que ela tome o erro como verdade, o absurdo como sublime, e o ridículo como algo sério e elevado.
A. A Lisonja Subtil
O obsessor não se apresenta como um Espírito mau ou ignorante; ele se apresenta como um protetor, um mentor ou um sábio.
O Elogio ao Ego: Ele começa a alimentar o orgulho da vítima com lisonjas, insinuando que ela é especial, dotada de capacidades superiores ou que foi escolhida para uma "missão" grandiosa e única.
A Construção da Ilusão: Se o indivíduo tem mediunidade, o obsessor lhe transmite comunicações que parecem profundas, mas que, na verdade, são cheias de contradições, frases pomposas e erros doutrinários. O orgulho, satisfeito com o reconhecimento "espiritual", impede que a vítima perceba a fraude.
B. O Rompimento com o Discernimento
Este é o ponto crítico da fascinação. A vítima, embevecida com o elogio e a suposta superioridade, passa a rejeitar qualquer crítica.
Perda do Senso Crítico: O indivíduo fascinado se torna surdo aos conselhos de amigos, familiares e coirmãos. Ele considera que apenas ele tem a verdade ou a chave para o conhecimento.
Isolamento: Como ninguém mais entende sua "grandeza", o fascinado se isola e se fecha no círculo vicioso de suas próprias ideias (e das ideias sugeridas pelo obsessor), reforçando a ilusão.
"A fascinação tem por causa uma ilusão produzida diretamente pelo Espírito, que consegue paralisar, de certa maneira, o juízo daquele de quem se apodera, e faz que veja as coisas sob uma falsa luz."
– O Livro dos Médiuns, Cap. XXIII, Item 234
3. A Cura pelo Cultivo da Humildade
O antídoto contra o orgulho e a fascinação é a Humildade. Enquanto na obsessão simples a chave é a vontade, na fascinação a chave é a razão e a simplicidade.
| Estratégia de Cura | Ação contra o Orgulho |
| Aceitação da Crítica | O indivíduo deve buscar e aceitar o parecer de terceiros, mesmo que doa no ego, pois o fascinador não suporta a análise externa. |
| Estudo Doutrinário Sólido | Conhecer a Doutrina de Kardec a fundo para ter balizadores e não aceitar ideias que fujam à lógica, à caridade e à universalidade do ensino dos Espíritos. |
| Prática da Caridade Desinteressada | A Caridade (o Amor em Ação) é o oposto do egoísmo. Focar no serviço ao próximo, sem buscar reconhecimento, esmaga o orgulho. |
| Sinceridade e Simplicidade | Cultivar a franqueza em vez da presunção. O Espírito fascinador não tem interesse em mentes humildes e simples, que não lhes oferecem terreno para a lisonja. |
Em suma, a fascinação é a obsessão do intelectual vaidoso, do médium orgulhoso ou do estudioso presunçoso. A única defesa é manter o coração humilde e a mente crítica, lembrando-se de que o verdadeiro saber e a verdadeira virtude nunca precisam ser auto-proclamados.
Oração e Vigilância: A Defesa Ativa
O binômio "Vigiai e Orai" representa o equilíbrio perfeito entre a ação mental (Vigilância) e a ação espiritual (Oração).
1. Oração (Ação Espiritual - Sintonizar com o Alto)
A oração, neste contexto, é o ato de elevar o pensamento para Deus e para os Espíritos Benfeitores.
A. Objetivo: Elevação e Blindagem
A oração sincera não é um pedido de favor para que a influência ruim seja removida, mas um ato de elevação vibratória e fortalecimento moral.
Blindagem Fluídica: Ao orar com fé e bons sentimentos (amor, gratidão, desejo de acertar), o indivíduo cria um campo vibracional de alta frequência ao redor de si. Esse campo atrai os Espíritos Protetores (Anjos Guardiães) e torna a sua atmosfera mental incompatível com a vibração densa dos obsessores.
Conexão com a Força: A prece reforça a vontade do Espírito encarnado, lembrando-o de sua filiação divina e de sua capacidade de escolher o bem. Isso lhe dá a energia necessária para resistir à sugestão do mal.
B. Prática da Oração
Qualidade, não Quantidade: Uma prece de cinco minutos com o coração e a mente focados é mais eficaz do que horas de repetição mecânica.
Prece de Fortalecimento: Peça aos Bons Espíritos não para fazerem o trabalho por você, mas para lhe darem a força e o discernimento de que precisa para resistir.
Oração Intercessória: Incluir o obsessor na prece. Pedir a Deus por ele, para que ele encontre o caminho da luz. Esse é um poderoso ato de perdão em pensamento, que desarma o inimigo espiritual.
2. Vigilância (Ação Mental - Discernir e Rejeitar)
A vigilância é o trabalho contínuo de auto-observação e controle sobre o que permitimos que permaneça em nossa mente e em nosso coração.
A. Objetivo: Discernimento e Filtro
Vigiar significa estar atento às suas próprias fraquezas e ao teor dos seus pensamentos. É o exercício do livre-arbítrio em tempo real.
Observação Constante: Esteja atento à sua mente. Se um pensamento de raiva, ciúme, desânimo, crítica ou vingança surgir, pergunte-se: "Isso sou eu? Isso é útil? Isso me leva para o bem?"
Identificação da Sugestão: Segundo o Espiritismo, o pensamento ruim pode ter duas origens: a nossa própria imperfeição ou a sugestão de um Espírito inferior. A vigilância ajuda a separar o joio do trigo. Os pensamentos que nos vêm repentinamente e que são contrários ao nosso caráter habitual, ou que nos levam a práticas condenáveis, são fortes indícios de sugestão externa.
Rejeição Ativa: Ao identificar a sugestão, o ato de vigilância culmina na rejeição mental imediata. É um exercício de vontade em que você diz mentalmente: "Eu não quero isso. Eu não sou isso. Eu escolho o bem." Ao negar o pensamento, você corta o fio de sintonia que o Espírito estava tentando estabelecer.
B. Onde a Vigilância é Crucial
Vícios e Más Inclinações: O obsessor sempre tentará atacar pelo nosso ponto mais fraco. Se a pessoa tem inclinação à irritação, o obsessor enviará ideias para acender o pavio. A vigilância é a "sentinela" que impede o ataque no ponto vulnerável.
Ambientes e Companhias: Vigiar também significa escolher bem os ambientes e as companhias, tanto físicas quanto virtuais. Locais de baixa moralidade ou conversas destrutivas atraem Espíritos que potencializam a negatividade.
3. A Importância da Ação Conjunta
A técnica é ineficaz se aplicada separadamente:
Apenas Oração (sem Vigilância): É como pedir a Deus que proteja a sua casa enquanto você deixa as portas e janelas abertas para os ladrões (os maus pensamentos). O obsessor continuará a entrar pelas brechas morais.
Apenas Vigilância (sem Oração): É como tentar lutar contra um exército invisível apenas com a força física. Sem a ajuda dos Espíritos Benfeitores e a elevação vibratória da prece, o indivíduo, por ser imperfeito, pode se cansar e sucumbir.
A Oração atrai o auxílio e eleva a frequência, enquanto a Vigilância mantém a porta fechada, garantindo que a elevação moral seja mantida pela vontade e pelo bom uso do livre-arbítrio.
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