Os Dons Especiais e as Encarnações.

                 Como o Espiritismo Explica os Talento os dons.                                      Especiais e as Encarnações.



O Espiritismo revela que os dons especiais são heranças de vidas passadas e missões espirituais. Descubra como essas faculdades se formam e se manifestam.


Introdução

Por que algumas pessoas nascem com talentos extraordinários — capazes de escrever, curar, cantar, ensinar ou inspirar — sem nunca terem estudado aquilo nesta vida?
Para o Espiritismo, esses dons não são fruto do acaso, nem privilégios divinos, mas resultados de aquisições espirituais conquistadas ao longo de muitas encarnações.

Cada talento é uma lembrança viva da alma imortal, o reflexo do que o Espírito já desenvolveu em jornadas anteriores.
Kardec explica, em O Livro dos Espíritos, que o Espírito traz de uma existência a outra tudo o que aprendeu — moral e intelectualmente — e que retoma, a cada renascimento, o ponto onde parou na encarnação anterior.

Assim, o “dom” é uma semente plantada em vidas passadas, florescendo agora conforme as condições da nova experiência terrena.


1. O dom como Herança Espiritual.

De acordo com a Doutrina Espírita, o dom é a herança das conquistas do Espírito.
Tudo o que aprendemos, sentimos e realizamos em outras vidas permanece gravado no perispírito — a forma sutil que modela o corpo físico — e reaparece, em novas existências, como tendências, intuições e habilidades naturais.

 “O Espírito, em cada nova existência, retoma o ponto onde ficou na anterior.”
O Livro dos Espíritos, questão 218.

Por isso, pessoas simples, sem formação acadêmica, às vezes manifestam dons surpreendentes: escrevem com eloquência, compõem melodias sublimes, curam com as mãos, consolam com palavras sábias.
Não é milagre — é a sabedoria do Espírito reaparecendo, mesmo quando o meio é humilde.

Essas aptidões revelam que a alma já trilhou longos caminhos de aprendizado e agora as utiliza para prosseguir servindo e aperfeiçoando-se.


 2. Reencarnação e Progresso Espiritual.

A reencarnação é a chave que explica as desigualdades aparentes entre os seres humanos.
Deus é justo, e cada um renasce segundo suas próprias conquistas e necessidades.
Os dons, portanto, não são privilégios, mas consequências naturais da Lei de Causa e Efeito.

O Espírito progride lentamente, desenvolvendo inteligência, moralidade e sensibilidade em inúmeras existências.
Nada se perde — cada experiência vivida, cada esforço realizado, cada talento cultivado fica inscrito no patrimônio espiritual.

 “O que o homem sabe, aprendeu por si mesmo, em existências anteriores.”
O Livro dos Espíritos, questão 219.

Assim, o dom que alguém manifesta hoje é o resultado da memória profunda do Espírito, que recorda intuitivamente o que já estudou e praticou.
Essa lembrança pode ser tão viva que se traduz em habilidades extraordinárias logo na infância, como acontece com as crianças prodígio.


3. Dons e Missões Espirituais

Em muitos casos, o dom não é apenas recordação, mas também instrumento de missão.
Deus confia talentos especiais àqueles que, moralmente prontos, podem servir de instrumentos úteis para o progresso alheio.

Espíritos mais adiantados aceitam reencarnar em condições simples para iluminar o mundo pela arte, pela palavra, pela ciência ou pela caridade.
O verdadeiro dom é, antes de tudo, uma oportunidade de servir e ensinar.

Exemplos:

  • Um artista pode elevar a alma através da beleza.

  • Um escritor pode difundir ideias libertadoras.

  • Um médico ou curador pode aliviar dores e consolar corações.

  • Um médium pode intermediar mensagens que esclarecem e confortam.

“A inteligência é uma luz divina, mas sua utilidade depende do uso que o Espírito faz dela.”

O Espiritismo ensina que nenhum talento é neutro: todo dom é uma prova de confiança espiritual e requer responsabilidade moral.


4. O dom e a Lei de Causa e Efeito.

Os dons também se submetem à Lei de Causa e Efeito, que governa todo o Universo moral.
Quem usou mal um talento em vidas passadas — explorando, envaidecendo-se ou prejudicando outros — renasce com a chance de reparar o desequilíbrio.

Assim, um grande orador que um dia manipulou multidões pode retornar com o mesmo dom, mas agora em circunstâncias modestas, para aprender a usar a palavra em favor do bem.
Um artista que abusou da inspiração para fins inferiores pode renascer com talento, mas em meio a desafios morais, como forma de purificação.

O dom, portanto, é prova e oportunidade ao mesmo tempo:

  • Prova, para testar a humildade e o propósito do Espírito.

  • Oportunidade, para servir e reparar o passado.


5. Os Dons Mediúnicos e a Simplicidade.

Entre os dons especiais, destaca-se a mediunidade — faculdade de comunicação entre o plano espiritual e o terreno.
Ela também é uma forma de dom, mas com finalidade muito específica: servir de instrumento aos Espíritos para a difusão da verdade e do consolo.

Muitos médiuns notáveis foram pessoas simples, sem instrução formal, mas de coração puro.
Isso porque Deus escolhe os instrumentos pela pureza, e não pela erudição, como ensina O Livro dos Médiuns.

A mediunidade não é sinal de superioridade, e sim de compromisso.
É uma tarefa de renúncia, vigilância e estudo constante.
Sem orientação moral e disciplina, o médium pode se desequilibrar ou atrair influências negativas.

Por isso, o Espiritismo recomenda que todo médium estude, ore e trabalhe em grupo, num ambiente sério e harmonioso, para direcionar o dom ao bem.


6. O Desenvolvimento do dom.

Mesmo quando o dom é inato, ele precisa de lapidação.
O Espírito traz a semente, mas o corpo e o meio terreno são os instrumentos de manifestação.
É necessário estudo, prática, disciplina e equilíbrio emocional para que o dom produza frutos luminosos.

Princípios que sustentam o crescimento do dom:

  • Estudo e aprimoramento constante: mesmo o talento natural pode evoluir com dedicação.

  • Humildade: o dom é serviço, não ornamento. A vaidade bloqueia a inspiração espiritual.

  • Moralidade: quanto mais puro o coração, mais elevado o conteúdo do dom.

  • Serviço desinteressado: usar o dom para ajudar o próximo multiplica o mérito espiritual.

  • Equilíbrio emocional: a serenidade protege o dom e permite sua manifestação saudável.

“O dom é como a lâmpada: precisa de óleo para continuar acesa. Esse óleo é a caridade e o amor.”


7. Dons Autênticos e Falsos dons.

Nem todo fenômeno que parece espiritual tem origem elevada.
O Espiritismo orienta a usar discernimento para diferenciar dons verdadeiros de ilusões ou fraudes.

Sinais de um dom autêntico:

  • Produz benefício real e duradouro aos outros.

  • Promove paz e esclarecimento.

  • Mantém o portador humilde e responsável.

  • Está em harmonia com os princípios de Jesus e da Doutrina Espírita.

Sinais de alerta:

  • Busca de fama, poder ou lucro.

  • Falta de coerência moral.

  • Fanatismo ou isolamento.

  • Desprezo pelos ensinamentos de Kardec e pela razão.

O verdadeiro dom é simples, discreto e edificante.
Não busca aplausos, mas sim a luz interior.


8. Responsabilidade Moral do dom.

Todo dom implica responsabilidade espiritual.
Quem recebe muito, deve muito amar, ensinar e servir.
O uso indevido do dom gera desequilíbrio, e o bom uso abre portas para planos mais elevados.

Os dons são ferramentas de crescimento, e não brinquedos do orgulho.
Deus os concede para o progresso coletivo. Quando usados com egoísmo, transformam-se em instrumentos de prova dolorosa.

Assim, o dom é uma prova de confiança divina, e cada um será convidado a responder por como o utilizou.


 9. Como Desenvolver e Harmonizar o dom.

Para aqueles que sentem possuir um dom especial — artístico, intuitivo, mediúnico ou curativo — o Espiritismo recomenda:

  • Estudo sério da Doutrina Espírita (O Livro dos Médiuns e O Evangelho Segundo o Espiritismo).

  • Oração e vigilância diárias.

  • Trabalho no bem, onde o dom possa gerar frutos úteis.

  • Autoconhecimento para compreender as próprias tendências e emoções.

  • Disciplina: o dom sem ordem se perde; o dom disciplinado se transforma em luz.

Também é importante buscar orientação em centros espíritas sérios, com grupos de estudo e acompanhamento fraterno, evitando práticas solitárias que possam desorganizar o campo espiritual.


10. Conclusão

Os dons especiais são lembranças do Espírito imortal, adquiridas por esforço e dedicação em existências anteriores.
Cada talento, cada sensibilidade, cada capacidade intuitiva é uma ferramenta que o Criador coloca em nossas mãos para que cooperemos com o bem universal.

O Espiritismo mostra que o verdadeiro dom é trabalho, missão e responsabilidade.
Seu valor não está no brilho exterior, mas na utilidade moral que produz.
Quem usa o dom com amor, humildade e discernimento caminha mais depressa rumo à perfeição espiritual.

“Os dons são reflexos da luz que conquistamos. Brilham mais quanto mais nos aproximamos do amor que vem de Deus.”


CONTINUE LENDO: 

Um pouco da historia do Espiritismo a primeira ideia que surgiu.

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