A Evolução da Concepção Divina: Do Deus dos Exércitos ao Pai Comum.
O entendimento sobre a natureza de Deus e Suas leis passou por uma profunda transformação ao longo da história da humanidade. O conceito de divindade, inicialmente restrito e tribal, evoluiu para uma visão universalista e essencialmente moral, centrada no amor e na misericórdia.
O antigo conceito de divindade frequentemente apresentava características mais humanas em sua justiça, sendo:
O Deus de um único povo privilegiado, ligado a nações específicas e favorecendo seus combates contra outros povos.
Um Deus que recompensa e pune apenas pelos bens terrenos, fazendo a glória consistir na escravidão de rivais e na proliferação material.
O Deus que faz da vingança uma virtude, ordenando a retribuição de "olho por olho, dente por dente" – a Lei de Talião, uma justiça rigorosa, mas limitada.
A nova revelação, trazida pelo Cristo, rompe com essa visão restrita e revela o Pai comum do gênero humano, que transcende a vingança e o apego material, ensinando o caminho da elevação espiritual.
O Novo Paradigma Divino: Amor, Misericórdia e Perdão
O Evangelho revela o Deus de misericórdia, que estende Sua proteção sobre todos os Seus filhos e os chama a Si, independentemente de origem ou condição. Ele estabelece um novo e sublime pacto de justiça, baseado no amor:
"Perdoai as ofensas, se quereis ser perdoados; fazei o bem em troca do mal; não façais o que não quereis vos façam."
O foco da existência se desloca: a verdadeira pátria não é neste mundo, mas no reino celestial, onde "os humildes de coração serão elevados e os orgulhosos serão humilhados."
O Pai Celestial não é mais o Deus mesquinho e meticuloso, que impõe, sob as mais rigorosas penas, o modo como quer ser adorado ou que se ofende pela inobservância de uma fórmula; mas, o Deus grande, que vê o pensamento e que se não honra com a forma. Enfim, já não é o Deus que quer ser temido, mas o Deus que quer ser amado.
A Condição Essencial para o Perdão Divino
O mandamento de perdoar é um dos pilares da doutrina moral, sendo a chave para a nossa própria absolvição, conforme ensinado por Jesus na Oração do Pai-Nosso: "Perdoai-nos as nossas dívidas, assim como nós perdoamos aos nossos devedores."Mateus 6:12 (). Essa é a condição mais severa e, ao mesmo tempo, a mais libertadora da prece dominical.
A Importância do Perdão para a Saúde Espiritual e Mental
O ato de perdoar não é apenas uma exigência divina, mas também uma necessidade para o equilíbrio e a evolução do indivíduo.
Libertação do Espírito: O rancor e a mágoa são grilhões que prendem o ofendido ao ofensor. Ao perdoar, a pessoa se desliga do sofrimento passado, impedindo que a dor continue a corroer sua paz interior.
Rompimento do Ciclo de Vingança: O perdão impede a escalada do ódio, que se perpetua através das gerações e até mesmo em vidas futuras, conforme ensina a Doutrina Espírita, onde a falta de perdão gera laços obsessivos e conflitos reencarnatórios.
Caridade e Benevolência: O verdadeiro perdão é um ato de caridade e benevolência. Ele deve ser um esquecimento completo e absoluto das ofensas, que se prova pelos atos, muito mais que pelas palavras. Não é fingir que a ofensa não ocorreu, mas sim desejar o bem àquele que nos feriu.
A Relação Direta Entre a Ideia de Deus e a Prática Religiosa.
Sendo Deus o eixo de todas as crenças religiosas e o objetivo de todos os cultos, o caráter de todas as religiões é conforme à ideia que elas fazem de Deus.
As religiões que fazem de Deus um ser vingativo e cruel julgam honrá-lo com atos de crueldade, com fogueiras e torturas (Intolerância, Inquisição).
As que têm um Deus parcial e cioso são intolerantes e mais ou menos meticulosas na forma, por crerem-no mais ou menos contaminado das fraquezas e ninharias humanas.
A moral do Evangelho, por sua vez, baseia-se na figura de um Pai de infinita bondade, que ensina a benevolência para com todos, a indulgência para as faltas alheias e o perdão das ofensas, características que devem nortear o verdadeiro culto a Deus.
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