A revelação do Cristo segundo Allan Kardec: como Jesus transformou a antiga lei e revelou o Deus de amor, justiça e misericórdia.
A Missão do Cristo: A Lei Divina em Sua Plenitude
O Cristo, tomando da antiga lei o que é eterno e divino e rejeitando o que era transitório, puramente disciplinar e de concepção humana, trouxe ao mundo a revelação definitiva da vida futura — da imortalidade da alma e da justiça divina manifestada nas penas e recompensas que aguardam o homem após a morte.
(Revue Spirite, 1861, págs. 90 e 280.)
Jesus veio não para destruir a Lei, mas para cumpri-la em espírito e verdade. A antiga lei mosaica representava um estágio preparatório, necessária à educação moral de um povo ainda materialista e rebelde. No entanto, o Cristo, com sua sabedoria e amor incomparáveis, elevou essa lei, purificando-a dos ritos exteriores e das imposições humanas, e a transformou em lei de amor, caridade e fraternidade universal.
O Deus de Moisés e o Deus de Jesus
A visão antiga da Divindade
Antes de Cristo, predominava a ideia de um Deus terrível e vingativo, o “Senhor dos Exércitos” de Moisés — um Deus ciumento e implacável, que castigava até a terceira geração, ordenava guerras santas e exigia o sangue dos inimigos. Era o Deus do temor, compreendido segundo a limitação espiritual da época.
Essa concepção divina, embora necessária à formação moral daquele povo, mostrava um Deus distante, que se impunha mais pelo medo que pelo amor.
A visão nova revelada por Jesus.
A parte mais importante da revelação do Cristo — a pedra angular de toda a sua doutrina — é o ponto de vista inteiramente novo sob o qual Ele apresenta a Divindade.
Deus deixa de ser o tirano do Sinai para ser o Pai amoroso, soberanamente justo e bom, que perdoa, consola e conduz os seus filhos à perfeição.
Jesus nos revela o Deus da misericórdia, que acolhe o pecador arrependido e o orienta com paciência infinita. O castigo já não é vingança, mas consequência natural das próprias ações; e o sofrimento torna-se instrumento de aprendizado e progresso espiritual.
A Justiça Divina e a Lei de Causa e Efeito
Com Jesus, a justiça divina deixa de ser parcial e se manifesta como lei universal de causa e efeito.
Cada espírito é responsável pelos seus atos e colherá, inevitavelmente, o fruto das próprias obras — uma justiça sem privilégios, mas também sem condenação eterna.
Essa revelação substitui o medo do inferno eterno pela esperança da regeneração.
O sofrimento, longe de ser punição cruel, é oportunidade de purificação, reajuste e elevação moral.
Assim, o amor substitui o temor, e a fé se torna raciocinada, baseada na compreensão das leis que regem a vida espiritual.
Jesus, o Modelo e Guia da Humanidade.
Por sua vida exemplar e seus ensinamentos sublimes, Jesus revelou ao homem sua verdadeira natureza espiritual e sua destinação eterna.
Ele mostrou que o Reino de Deus não está limitado à Terra, nem confinado a templos de pedra, mas reside no íntimo de cada ser que pratica o bem e se esforça para amar o próximo como a si mesmo.
Sua mensagem ultrapassa religiões e tempos.
É o código moral universal, válido para todos os povos e credos, por falar diretamente à consciência e ao coração.
O Espiritismo e a Restauração da Mensagem de Cristo
Séculos depois, Allan Kardec veio restaurar o sentido profundo dessa revelação, explicando-a à luz da razão e das leis espirituais.
O Espiritismo é o Consolador Prometido por Jesus, vindo para recordar e completar a sua mensagem, dissipando os véus que a ignorância, o dogma e o fanatismo lançaram sobre ela.
Kardec, ao codificar a Doutrina Espírita, uniu a fé à razão, mostrando que o amor divino se manifesta em todas as leis do universo e que o progresso espiritual é o destino inevitável de todas as almas.
Conclusão: O Cristo, Fonte de Luz e Esperança
A revelação do Cristo é a síntese suprema do amor e da sabedoria.
Ela une o homem a Deus, não pelo temor, mas pela compreensão consciente da justiça divina.
É a religião universal da caridade, que liberta a alma dos dogmas e conduz o espírito à perfeição moral.
Na visão espírita, o Cristo não é apenas o Messias do passado, mas o Guia eterno da humanidade, cuja presença continua a iluminar os caminhos da evolução espiritual, inspirando a fraternidade, a paz e o amor que conduzem à verdadeira vida.
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